A indústria vive a um ritmo cada vez mais acelerado, com elevados níveis de exigência. Hoje, é essencial que as empresas adotem estratégias que lhes permitam manterem-se competitivas e estar um passo à frente em termos de inovação. São muitas as ferramentas tecnológicas e metodologias disponíveis no mercado, mas pelo seu grau de especificidade e capacidade de personalização, o software industrial é a peça base na qual as empresas do setor se devem apoiar para aumentar a sua eficiência e melhorar resultados.
O software industrial tem-se tornado uma ferramenta indispensável para as indústrias, que, graças a esta ferramenta, alcançam mais produtividade, otimizam as operações e aumentam os níveis de precisão e rentabilidade. Mas o que é então um software industrial? Existem vários tipos? Como escolho a melhor opção para a minha empresa e quais os seus benefícios?
O que é um software industrial?
O software industrial diz respeito a uma (ou várias) aplicações especialmente concebidas para gerir, controlar e otimizar operações em ambientes industriais. Não se tratando de um software específico (como os que veremos mais à frente neste artigo), é sim uma categoria de software na qual se incluem vários tipos e que suportam processos tão distintos como a automação, controlo de supervisão, aquisição e análise de dados e planeamento da produção, entre outros. O objetivo do software de gestão industrial é aumentar a produtividade, otimizando as operações e melhorando os níveis de eficiência na indústria.
9 benefícios de um software industrial
De uma forma geral, e independentemente do tipo de indústria, dimensão ou volume de negócios, um software industrial traz inúmeras vantagens para as empresas:
Aumento da eficiência
Graças aos dados disponibilizados de forma constante e em tempo real, o software fornece informações que permitem reduzir processos manuais morosos, promovem a comunicação clara entre equipas e conduzem à redução dos prazos de entrega de encomendas, gerando um aumento global da produtividade e dos níveis de eficiência.
Controlo de stocks mais ágil
A recolha de dados permite fazer um controlo mais rigoroso de stocks, maximizando a rentabilidade. Por um lado, dá-se uma redução nos atrasos da produção devido à escassez de material, e por outro, acumula-se menos stock (e dinheiro) em armazém.
Otimização do planeamento
Um software industrial ajuda a criar e gerir mais facilmente o planeamento de produção e, assim, a evitar estrangulamentos, minimizar o desperdício e aumentar a sustentabilidade.
Melhor controlo de qualidade
A visibilidade e rastreabilidade dos processos de produção em tempo real permitem identificar e resolver mais rapidamente potenciais obstáculos. Isto promove a adoção de uma abordagem proativa na deteção de falhas e aumenta os níveis de conformidade com os processos de qualidade internos, de fornecedores e clientes.
Poupança de custos
Por ajudar a otimizar a afetação de recursos e aumentar a eficiência operacional, o software ajuda a poupar em custos recorrentes como horas extraordinárias, resíduos de materiais ou retrabalho.
Clientes mais satisfeitos
Ao reduzir os prazos de entrega e aumentar a qualidade do produto e do serviço, um software industrial contribui para o aumento da satisfação e retenção do cliente.
Tomada de decisões mais informada
Na indústria, muitas vezes as decisões são tomadas com base na intuição ou experiência prévia dos gestores. Os dados oriundos do software ajudam a tomar decisões mais informadas, trazendo uma melhoria nos resultados e na gestão do negócio a médio e longo prazo.
Conformidade regulamentar
Muitas indústrias são regidas por regulamentos e normas de controlo rigorosos, e o software industrial pode ser uma ferramenta muito útil para apoiar a conformidade com esses protocolos.
Escalabilidade
Atualmente, a maioria dos softwares para a indústria já são passíveis de adaptação com novas funcionalidades que permitem acompanhar o crescimento ou restruturações do negócio. Um software escalável torna-se uma mais-valia num cenário de mudanças muito frequentes, reduzindo a probabilidade de ser necessário adquirir um novo software nessas situações.
Tipos de software industrial
Dentro da categoria de software industrial podemos, assim, ter vários tipos com objetivos distintos e que respondem às diferentes necessidades das empresas do setor. Entre os principais incluem-se:
MES – Manufacturing Execution System
O software MES é projetado para a gestão em tempo real da produção, e inclui funcionalidades de planeamento de produção, rastreamento de matérias-primas e produtos acabados, controlo de qualidade, supervisão de equipamentos e colaboração entre equipas, entre outras. Pelo seu grau de especificidade e capacidade de personalização, o MES é um dos softwares mais adotados na indústria transformadora.
Enterprise Resource Planning
Embora não se trate de um software específico para a indústria, o ERP é também muito utilizado neste contexto. Também conhecido como software de gestão, um ERP integra funcionalidades como finanças, recursos humanos e gestão de stocks. A melhor forma de utilizar um ERP na indústria é integrando a ferramenta com o software MES e, assim, beneficiar da ligação entre as operações em chão de fábrica e a gestão de “topo” do ERP.
MRP – Material Resources Planning
Funciona como um módulo integrado num software MES ou como um software independente, e tem como objetivo o cálculo dos materiais necessários para dar resposta ao plano de produção. Implica a listagem de matérias-primas, produtos intermédios e respetivas quantidades, bem como outros dados que permitem manter um inventário equilibrado, sem excesso nem escassez de material na produção.
SCADA – Supervisory Control and Data Acquisition
O SCADA é um sistema de automação industrial que coleta dados oriundos de sensores e outros dispositivos em tempo real, reunindo-os numa interface gráfica que permite aos operadores controlar e supervisionar os processos. Trata-se de uma ferramenta essencial para garantir operações de sistemas industriais mais seguras e eficientes.
QMS – Quality Management System
Tal como o MRP, o QMS pode ser um sistema independente ou parte integral de um software industrial MES. Utilizado para controlar e melhorar a qualidade de produtos e processos industriais, o QMS inclui funções de gestão de não conformidades, reclamações de clientes, gestão de documentos da área da qualidade, entre outros.
EAM – Enterprise Asset Management
Utilizado para gerir ativos como máquinas, equipamentos e instalações, o software EAM visa prolongar a vida útil desses ativos e evitar tempos de inatividade não planeados, podendo ainda ajudar no planeamento da manutenção, manutenção preventiva, entre outros.
Software MES vs ERP: fará sentido escolher só um?
Dois dos softwares mais usados na indústria são, conforme vimos, o MES e o ERP. No entanto, os objetivos das duas ferramentas são bastante distintos:
- Operações: Com um software ERP, os gestores podem tratar de todos os aspetos das operações a partir de um sistema único, integrado com uma base de dados central. A visão unificada dos dados empresariais de um ERP permite à empresa automatizar processos e gerar conhecimento em vários departamentos, permitindo identificar melhorias e aumentar a eficiência. Já um MES centra-se mais estritamente nas operações de fabrico industrial, apoiando as decisões de produção e de inventário e alimentando as operações do armazém. Um MES pode ser um software autónomo ou um módulo existente num ERP.
- Visualização de dados: Outra das diferenças entre ERP e MES é a forma como cada ferramenta capta e utiliza os dados. Com um MES, os dados da produção são captados em tempo real – através de sensores, códigos de barras, feeds de dados ou introdução de dados manual – e os relatórios ficam imediatamente disponíveis. Sendo a produção um processo imediato, a monitorização e a ação em tempo real são fundamentais. Sempre que houver a necessidade de fazer alterações, estas devem ser feitas prontamente, de forma a garantir que cada trabalho é concluído de forma correta e eficiente. Com um ERP, os dados também são recolhidos em tempo real, mas permanecem relevantes durante um período mais longo. Os dados podem ser analisados de imediato para gerir melhor os vários processos empresariais, mas com menos sensibilidade temporal do que é necessário no chão de fábrica. Para além disso, as informações podem ser compiladas e analisadas novamente, ao longo do tempo. As informações de RH, por exemplo, permanecem relevantes durante anos, tal como os dados dos clientes.
- O que despoleta as ações: Um MES é orientado por ações no âmbito da produção. Como tal, o acompanhamento e a análise desses eventos em tempo real permitem a avaliação constante do processo de fabrico, levando os utilizadores a identificar onde devem ser feitas modificações para melhorar as operações. No caso de um ERP, o software é impulsionado por transações ou eventos dentro de cada módulo. Por exemplo, o módulo de finanças e contabilidade é impulsionado por ações que decorrem nas contas a pagar ou a receber, enquanto o módulo de aprovisionamento é impulsionado pela compra de materiais ou produtos de que a empresa necessita para fabricar e/ou vender mercadorias.
Integração MES e ERP: O caminho a seguir
Conforme terá percebido pelos pontos anteriores, mais do que escolher entre um software MES e um ERP, o caminho a seguir é o da integração. Afinal, trata-se de soluções que se complementam, e como tal, uma boa integração, conduzida por um parceiro experiente, traz vários benefícios para as indústrias:
Aumento da qualidade e rastreabilidade: Ao integrar os dados de ambos os sistemas, os fabricantes podem obter uma visão completa do processo de fabrico e identificar potenciais obstáculos numa fase inicial. Isto ajuda a reduzir o desperdício, o retrabalho e a melhorar a qualidade global.
Melhor utilização dos recursos: Os dados cruzados do MES e do ERP permitem ao utilizador visualizar o processo de fabrico e identificar as áreas onde alguns recursos possam estar a ser desperdiçados. Esta informação pode então ser utilizada para alterar a abordagem, otimizar os recursos e melhorar a eficiência.
Maior visibilidade dos dados: Integrar o software MES com o ERP permite visualizar os dados no mesmo local, o que facilita a identificação de tendências e a tomada de decisões.
Como selecionar o melhor software industrial para a sua empresa
Quer esteja a pensar mudar de software ou a investir na digitalização de raiz na sua empresa, escolher um software industrial adequado às suas necessidades é essencial para o sucesso das operações. Veja algumas dicas sobre como selecionar o melhor software industrial:
Faça uma auditoria ao seu sistema: quais são os problemas específicos com que se depara atualmente? Qual é a estratégia comercial para daqui a um, três ou cinco anos? Que sistemas ou integrações estão atualmente em vigor e quais as melhorias a implementar no futuro?
Faça uma pesquisa online: Procurar opções e análises em sites de confiança é um bom primeiro passo, especialmente se tiver dificuldade em encontrar recomendações internas ou externas.
Defina objetivos e orçamento: definir metas e ter uma previsão dos custos envolvidos a cada fase de implementação de um software para a indústria é essencial para avaliar o ROI (Retorno sobre o Investimento) no período pós-implementação.
Crie uma equipa de trabalho: os inputs dos líderes de departamento e respetivas equipas podem ajudar a definir os parâmetros da implementação, minimizando os entraves ao longo de todo o projeto.
Compare fornecedores: A maioria dos fornecedores e parceiros de software industrial oferecem uma demonstração gratuita, para que possa perceber como o novo sistema pode beneficiar a sua empresa. Na sua avaliação tenha em conta critérios como a escalabilidade, facilidade de implementação, capacidade de análise, especialização no setor, integrações com terceiros, formação e suporte pós-venda.
O futuro do software industrial
Os avanços tecnológicos há muito que impulsionam o ritmo da indústria. Atualmente, a maioria das fábricas operam como centros de maquinaria avançada, produzindo bens de forma mais eficiente do que nunca. Contudo, à medida que a tecnologia avança, o setor continua a evoluir. Muitas tecnologias emergentes têm o potencial de revolucionar a indústria, alterando tanto a forma como os produtos são produzidos como a gestão do negócio.
A curto prazo, a aplicação da Inteligência Artificial na indústria será cada vez mais palpável. Em combinação com os dispositivos da Internet das Coisas (IoT), a IA oferece aos fabricantes oportunidades para melhorar a gestão da produção e a qualidade do produto final. Exemplos isso são a deteção de produtos defeituosos, a otimização da eficiência das fábricas e a assistência na descoberta de novos materiais.
Conforme vimos neste artigo, muitos fabricantes já utilizam software industrial como o MES, que lhes permite recolher dados do chão de fábrica. No futuro, será possível utilizar ferramentas de análise preditiva para fazer uma utilização ainda mais eficiente dos dados. À medida que mais empresas passam a depender de sensores e dispositivos interconectados para alimentar a análise preditiva, o foco na Cibersegurança dos sistemas será também muito maior.
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